Esta frase foi copiada de um artigo elaborado pelo Renato Bernhoeft e divulgado na revista Administradores. O artigo trata da confissão de Tom Peters ao assumir a falsidade das informações inseridas no seu último livro “Vencendo a Crise”.

Bernhoeft me fez lembrar do período em que eu entrava nas livrarias ávida por encontrar os best sellers que faziam sucesso no mundo corporativo. Tenho uma coleção deles! Adorava lê-los, analisá-los e – o pior – tentava implantar os conceitos na empresa onde eu trabalhava.

Ao fazer um MBA tive a felicidade de me aproximar mais dos acadêmicos e foi aí que entendi o processo de “criação dos best sellers”. Você já chegou a pensar em como eles surgem? Será que são fruto de imersões em pesquisas acadêmicas? Ou insight noturno dos escritores? Nada disso. A grande parte é oriunda das consultorias realizadas em empresas.

Já perceberam que a maioria dos escritores do mundo corporativo atuam como consultores? Pois então, eles se aproveitam da experiência das empresas para “criar” novos conceitos e divulgá-los nestes memoráveis livros, recheados de dados de pesquisas e cases.

Depois de muita frustração os tais “conceitos” tenho hoje uma postura bem diferente ao entrar em uma livraria. Ao apreciar aquele monte de títulos eu me pergunto: “Qual é a experiência daquele autor para escrever aquele livro? Teria ele a profundidade necessária para discorrer sobre o assunto? Seriam as suas ideias compatíveis com o contexto atual? Poderiam ser contestadas?”

Sem respostas para estas perguntas, decido por alguma obra de ficção. Pelo menos, sei que aquele autor não tentou enganar-me!

por Sanny Quintana